Com o campeão europeu de 1974 Bayern de Munique se recusando a participar da Copa Intercontinental, alegando congestionamento de jogos, coube ao Atlético de Madrid, como vice-campeão, hastear a bandeira do Velho Continente contra o atual campeão sul-americano Independiente de Avellaneda.
Com a campanha da Liga já em pleno andamento, o partido rubro-negro viajou para Buenos Aires para a partida de ida. Em um jogo sem brilho, os espanhóis se defenderam e os argentinos só conseguiram converter uma chance. Um único gol de Balbuena colocou o empate no fio da navalha antes da partida de volta.
Em 12 de abril de 1975, o estádio Vicente Calderón estava inundado de cor, e uma parede de barulho envolveu o chão desde o primeiro apito. Irureta empatou a eliminatória no primeiro tempo com um excelente cabeceamento, com o gol de Ayala a cinco minutos do final coroando uma exibição de bravura do time da casa e levando os 50.000 torcedores ao êxtase.
As Estrelas de Independiente x Atlético Madrid
Jogador-chave
Na importante partida de volta, o desempenho de um jogador lhe daria status lendário entre uma geração de torcedores do Atlético. O capitão da equipe, Adelardo, agarrou o jogo pela nuca e comandou o centro do parque, lançando onda após onda de ataque.
Foi ele quem instigou os lances que levaram a ambos os gols, e foi ele quem recebeu a maior aclamação dos torcedores delirantes do Atlético quando ergueu o troféu no alto.
“O Intercontinental é uma competição de muito prestígio na América do Sul. A atmosfera quando fomos a Buenos Aires foi incrível. Os torcedores do Independiente não paravam de torcer pelo time. Conseguimos um resultado decente e, no jogo de volta, conseguimos Era meu dever marcar o homem perigoso do Independiente, Bochini, que era considerado um dos melhores jogadores do mundo na época”, lembra Adelardo. Ele fez bem o seu trabalho, impedindo o craque argentino de cheirar o gol.
Técnico
Treinar o Atlético de Madrid naquela final emocionante não foi outro senão Luis Aragonés, nascido em Madrid. Na temporada anterior, ele havia sido o centroavante da equipe, pendurando as chuteiras apenas cinco meses antes do histórico empate da Copa Intercontinental. “Ainda serei apenas um dos garotos, mas os jogadores precisarão entender minhas novas responsabilidades”, disse ele ao assumir as funções de treinador de seu mentor Juan Carlos Lorenzo.
Como jogador, Aragonés foi o epítome do compromisso e foi capaz de incutir esse espírito de luta em seus novos comandados. Ele foi um dos melhores jogadores espanhóis dos anos 60 e 70, jogando por oito times diferentes, embora tenha jogado seu melhor futebol no vermelho e branco do Atlético. Sua coleção de medalhas inclui um título de La Liga, quatro Copas da Espanha e uma Supercopa, além do prêmio Pichichi de artilheiro da liga espanhola na temporada 1969/70, que dividiu com Amâncio e Garate.
Apelidado de “O sábio de Hortaleza” por causa do bairro em que cresceu e sua vasta experiência, ele treinou 9 clubes da primeira divisão espanhola desde 1975. Estes incluem FC Barcelona, Valencia CF, Real Betis e, claro, Atlético. Ele é um dos treinadores mais conceituados e distinguidos da Espanha e atualmente é o treinador principal da seleção espanhola.
As Finais – Independiente x Atlético Madrid (1974)
Nota: O vencedor da Taça dos Campeões Europeus Bayern München (Alemanha Ocidental) recusou-se a participar
e foram substituídos pelo vice-campeão Atlético de Madrid (Espanha).
Ida – 1975
Local: Avellaneda. Campo: Independiente (“La Doble Visera”).
12 de março de 1975
Independiente (Argentina) 1-0 Atlético Madrid (Espanha)
Gol: 34′ Agustín “Mencho” Balbuena.
Independente: José Alberto Pérez –
Miguel Ángel López, Ricardo Elbio Pavoni –
Eduardo Comisso, Rubén Galván, Francisco Pedro Manuel Sa –
Agustín Alberto Balbuena,
Aldo Fernando Rodríguez (57′ Alejandro Estanislao Semenewicz),
Percy Rojas, Ricardo Enrique Bochini,
Ricardo Daniel Bertoni (83′ Luis Alberto Giribert).
Atlético Madrid: Rainha; Melo, “Cacho” Heredia, Benegas, Capón;
Eusébio, Alberto (46′ Heraldo Becerra), Adelardo, Irureta;
Gárate, Rubén Ayala.
Árbitro: Charles Corver (Holanda).
Volta – 1975
Local: Madri. Campo: Vicente Calderón.
10 de abril de 1975
Árbitro: Carlos Robles (Chile).
Atlético Madrid (Espanha) 2-0 Independiente (Argentina)
Gols: 23′ Irureta, 85′ Rubén “Ratón” Ayala.
Atlético Madrid: Pacheco – Melo, “Cacho” Heredia, Eusébio, Capón, Adelardo,
Irureta, Alberto (Salcedo), Aguilar, Gárate, Rubén Ayala.
Treinador: Luís Aragonés.
Independente: José Alberto Pérez –
Miguel Ángel López, Ricardo Elbio Pavoni –
Eduardo Comisso, Rubén Galván, Osvaldo Miguel Carrica –
Agustín Alberto Balbuena, Hugo José Saggiorato,
Percy Rojas (69′ Aldo Fernando Rodríguez),
Ricardo Enrique Bochini, Ricardo Daniel Bertoni.
Técnico: Roberto Ferreira.